Nª Srª do Ó
18 de Dezembro de 2012
Expectação da Virgem Santa Maria
Esta festa, conhecida entre o povo português como de Nossa Senhora do Ó, celebra o desejo de Maria, o desejo de milhares de gerações que suspiraram, que suspiram pela vinda do Messias.
Não é só a ansiedade natural da mãe jovem que espera o seu primogénito; é o desejo sobrenatural da “bendita entre todas as mulheres”, que foi escolhida para Mãe do Salvador de cada homem e de toda a humanidade. O Filho que vai nascer não vem simplesmente para beijar e sorrir para a Sua Mãe, mas para resgatar o povo com o Seu Sangue.
Por estes dias, a Igreja canta as chamadas “antífonas maiores”, que começam todas pela interjeição Ó. Maria, Senhora do Ó, é o modelo e a inspiradora deste louvor alegre e suplicante; ela é o centro dos desejos do povo de Israel e de todo o povo de Deus que, no fundo do seu coração, vive o advento do Salvador.
(cf. Santos de Cada Dia, do Pe. José Leite)
Nossa Senhora do Ó é uma devoção mariana surgida em Toledo, na Espanha, remontando à época do X Concílio, presidido pelo arcebispo Santo Eugênio, quando se estipulou que a festa da Anunciação fosse transferida para o dia 18 de Dezembro. Sucedido no cargo por seu sobrinho, Santo Ildefonso, este determinou, por sua vez, que essa festa se celebrasse no mesmo dia, mas com o título de Expectação do Parto da Beatíssima Virgem Maria. Pelo fato de, nas vésperas, se proferirem as antífonas maiores, iniciadas pela exclamação (ou suspiro) “Oh!”, o povo teria passado a denominar essa solenidade como Nossa Senhora do Ó. (in: SILVA, Pe. Martinho da.Flores de Maria)
Em Portugal, o culto à Expectação do Parto, ou a Nossa Senhora do Ó, teria se iniciado em Torres Novas (SANTA MARIA, Frei Agostinho de. Santuário Mariano), onde uma antiga imagem da Senhora era venerada na Capela-mor da Igreja Matriz de Santa Maria do Castelo. Esta imagem era conhecida à época de D. Afonso Henriques por Nossa Senhora de Almonda (devido ao rio Almonda, que banha aquela povoação), à época de D. Sancho I por Nossa Senhora da Alcáçova (c. 1187) ou, a partir de 1212, quando se lhe edificou (ou reedificou) a igreja, por Nossa Senhora do Ó. Esta imagem é descrita pelo mesmo autor como:
É esta santa imagem de pedra mas de singular perfeição. Tem de comprimento seis palmos. No avultado do ventre sagrado se reconhecem as esperanças do parto. Está com a mão esquerda sobre o peito e a direita tem-na estendida. Está cingida com uma correia preta lavrada na mesma pedra e na forma de que usam os filhos de meu padre Santo Agostinho.
Nossa Senhora do Ó é a padroeira de vinte e uma freguesias portuguesas, situadas na sua maioria nas dioceses mais setentrionais do país:
- Águas Santas (diocese do Porto);
- Aguim (até 11 de Junho de 1993 chamada Nossa Senhora do Ó de Aguim, na diocese de Aveiro);
- Ançã (diocese de Coimbra);
- Aveleda (diocese de Braga);
- Barcouço (diocese de Coimbra);
- Cadima (diocese de Coimbra);
- Carvoeira (patriarcado de Lisboa);
- Covelo (diocese do Porto);
- Duas Igrejas (diocese do Porto);
- Estela (diocese do Porto);
- Freixo da Serra (diocese da Guarda);
- Gulpilhares (diocese do Porto);
- Vilar (chamada Santa Maria de Vilar), (diocese do Porto);
- Lordelo (diocese de Viana do Castelo)
- Mire de tibaes(diocese Braga
- Olaia (diocese de Santarém);
- Paião (diocese de Coimbra);
- Reveles (povoação de Verride) (diocese de Coimbra);
- Vilar (patriarcado de Lisboa).
- Alcanadas – Aldeia da diocese de Leiria – Fátima
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